Faz dias que não sinto vontade de sair de debaixo da cama.
Por favor, apenas me deixem aqui.
domingo, 27 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Citação do dia
sábado, 19 de novembro de 2011
Eu alimento pesadelos
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Lovecraft certamente é meu exemplo máximo no que concerne a histórias de terror e suspense. Tivesse eu uma porção mínima de seu talento inegável de evocar, com as palavras certas, os medos mais primitivos da mente humana! Suas histórias jogam os personagens em situações aterradoras que os colocam à beira da loucura. E o que é pior, ou melhor, suas descrições dos fatos, enevoadas pelos sentidos abalados dos narradores desafortunados, não passam batidas pelo leitor incauto.
Eu prefiro ler suas histórias quando todos em casa já estão dormindo, e chego a tal nível de imersão que me sobressalto com barulhos na noite lá fora. A verdade é que minha imaginação sempre foi muito influenciável, e Lovecraft, com sua maestria, produz em mim efeitos ciclópicos. É comum, quando durmo após passear por seus horrores, sonhar com seus seres e paisagens de ignominiosa malevolência.

Que o Grande Cthulhu devore nossas almas rápido e sem dor...
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Por que, Senhor?
"Eu fui transformado
Agora eu sou Cristão
E no meu paredão
Só rola salvação, eu saí da zueira
Agora eu tô na luz
O dono do meu paredão agora é Jesus"
Ministério Novo Felipão
Por que, Senhor, permitíeis, que toquem música alta e ruim em Vosso santo nome? Por quêeee????
Realmente, são insondáveis os motivos do Altíssimo...
Agora eu sou Cristão
E no meu paredão
Só rola salvação, eu saí da zueira
Agora eu tô na luz
O dono do meu paredão agora é Jesus"
Ministério Novo Felipão
Por que, Senhor, permitíeis, que toquem música alta e ruim em Vosso santo nome? Por quêeee????
Realmente, são insondáveis os motivos do Altíssimo...
domingo, 9 de outubro de 2011
Gestação mental
Dia desses percebi que
o processo de criar uma história é como uma gestação. A história
surge um dia na sua cabeça, concebida por algo que se viu, ouviu ou
sentiu. Às vezes, mesmo sem se perceber, como se ela fosse enviada
pelo Espírito Santo. Não importa como, sua mente já foi fecundada
e carrega agora um pequeno embrião literário.
Você pode dar atenção
ao feto, nutrindo-o com seus sonhos, perspectivas e lembranças,
querendo que ele cresça e se desenvolva. Ou pode escolher ignorá-lo,
tentar esquecê-lo, mas ele continua crescendo mesmo assim. Pode
acontecer até de ele atrofiar, desnutrido e pequenino, perdendo-se
no negrume do inconsciente, pobre história abortada, e você vai
levando seu dia-a-dia sem sequer lamentar sua morte.
Conforme a história
vai tomando forma, você querendo ou não, o peso dela vai aumentando
em sua cabeça e fica cada dia mais difícil carregá-la para onde
você for. Não importa o que você esteja fazendo, ela consome seus
pensamentos o tempo todo, tirando sua concentração, se remexendo e
chutando sem parar no seu cérebro.
Até que chega o
momento em que você não aguenta mais e resolve trazê-la à vida de
uma vez. O parto de uma história é suado. É a hora em que todo o
esforço deve ser investido na escolha das palavras, em sua colocação
nas frases, no uso dos recursos linguísticos. Transformar ideias em
símbolos exige ponderação, paciência, sabedoria, e é um trabalho
tão hercúleo quanto transformar energia em matéria.

P.S.: Claro que milhões de pessoas antes e depois de mim podem falar sobre isso com muito mais propriedade. Longe de mim querer ser comparável a elas.
domingo, 2 de outubro de 2011
Uma história de Möbius

Eu não tinha coragem de me mexer. Demorou muito para me convencer a abrir os olhos. Parecia que tudo estava quieto, mas eu tinha certeza que alguma coisa se movia ali no canto. Era como se as sombras brincassem com elas mesmas, rodopiando e cantando, cirandando de mãos dadas. Quase dava pra ouvir sua canção de júbilo.
E o mais estranho foi minha ausência de estranheza...

Além disso, eu não sabia de muita coisa mais. Quase não sabia quem eu era. Tinha a vaga consciência de ter estado em épocas longínquas e espaços infinitos, mas não conseguia precisar o aqui e o agora.
Mas tinha a nítida lembrança de ter estado em um quarto escuro. Sabia que era um quarto, pois havia uma cama e uma pessoa dormindo nela. Acho que a acordei, porque ela olhou direto para mim.

Me senti na obrigação de lhe proporcionar algum alívio, um meio de esquecer o peso da vida e se sentir livre de todo o sofrimento.
Com amor e ternura, eu o toquei em solidariedade.
E soube, de um modo ou de outro, que naquele momento eu estava morto.
P.S.: Sempre achei divertido o anel de Möbius, mas foi Neil Gaiman quem me demonstrou seu sentido narrativo em seu conto "Os Outros", e sim, este conto foi muito inspirado no dele e surgiu, da mesma forma, muito imprevisivelmente. "Os Outros" encontra-se na coletânea "Coisas Frágeis 2".
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Feliz equinócio!
"Teu xodó
É que nem noda de caju
Desde que abracei tu
Nunca mais quis me largar "
Setembro traz mudanças que nós, tão entretidos com nossas vidinhas urbanas, não percebemos, ou não paramos para refletir a quê se devem. Mas, indiferentes à nossa ignorância, a Terra continua a girar e o Sol continua a arder, operando juntos milagres que se repetem a Eras, todos os dias, todos os anos. Milagres que embasbacariam nossa vã filosofia, se ao menos pudéssemos vê-los, soubéssemos contemplá-los. E mesmo assim, eles continuam (e continuarão) a acontecer.
É que nem noda de caju
Desde que abracei tu
Nunca mais quis me largar "
Setembro traz mudanças que nós, tão entretidos com nossas vidinhas urbanas, não percebemos, ou não paramos para refletir a quê se devem. Mas, indiferentes à nossa ignorância, a Terra continua a girar e o Sol continua a arder, operando juntos milagres que se repetem a Eras, todos os dias, todos os anos. Milagres que embasbacariam nossa vã filosofia, se ao menos pudéssemos vê-los, soubéssemos contemplá-los. E mesmo assim, eles continuam (e continuarão) a acontecer.
Com Setembro vem a Primavera, e os ventos começam a cansar de usar toda a sua força, diminuindo o ritmo e recuperando o fôlego, para poder voltar a correr tresloucados em Junho. Aqui no Ceará, a Dama Primavera não traz uma cesta cheia de flores perfumadas, e sim cheia de algo muito mais, digamos, apetitoso... Nham, nham!

Mas nada deixa a Dama Primavera tão realizada quanto encher o ar com um cheiro doce, forte, que lembra logo a sensação de perfurar com os dentes um pele fininha, sedosa, enfiar a língua numa carne macia e úmida que inunda a boca com um sumo divino. Lembra também sucos e doces, feitos em casa, deliciosos, além de castanhas, torradinhas e crocantes, de dar água na boca. Huuuuum...

sábado, 3 de setembro de 2011
Frivolidade

Os últimos meses têm sido de emoções intensas, capazes de me rasgar a alma e torturar a mente. Acontece que simplesmente não me senti capaz de traduzir essa intensidade toda em palavras. Qualquer esboço que eu formava na minha cabeça, tentando falar sobre o que se passava dentro de mim, soava tristemente tosco, infinitamente incapaz de refletir o que sentia. As frases não se encontravam, a mensagem não parecia fazer sentido. E, no fim, só me sobrava uma enorme raiva e frustração com a minha inépcia em me expressar.
Além disso, nunca mais tive a menor criatividade que fosse para escrever uma historinha qualquer. Mas tem uma história que escrevi no começo do ano, e me orgulho particularmente dela. Talvez a poste aqui nas próximas semanas, só por falta do que postar mesmo.
Tive um sonho bizarro hoje. Claro que bizarrice é uma característica inerente aos sonhos, mas chamo de bizarros aqueles que me deixam, de certa maneira, impressionado. Alguns me surpreendem pela complexidade da história (não sei vocês, mas todos os meus sonhos têm uma espécie de enredo), de fazer inveja aos filmes do Christopher Nolan, outros por serem realmente assustadores (embora eu classifique poucos como pesadelos). Tenho sonhos assim com uma certa frequencia, mas queria ter mais!
O começo do sonho se perdeu nas brumas da noite (é horrível quando isso acontece), mas em dado momento havia a presença muito forte de um certo tipo de mulher, que no meu mundo onírico pertencia ao folclore escandinavo (o.O'), capaz de conversar com os espíritos através das mãos. Lembro vagamente de interagir numa boa com a tal mulher. A lembrança vívida que tenho se deu logo depois. A voz do narrador do Câmera Record perguntava, enquanto se passavam perante a mim imagens pitorescas relacionadas ao que ele falava: "É possível se comunicar com os espíritos através das mãos? O que acontece quando um espírito desce à Terra?"
E eu entendi, intuitivamente, que a figura mostrava um espírito fazendo a travessia entre os planos. E no exato instante em que ele a completava, eu senti algo tremendo em meu pescoço, próximo à nuca. Então eu acordei, sobressaltado! Coração fazia um barulho louco, a respiração toda desregulada. Pensei que pode ter sido um tremor muscular, ou só minha imaginação, mesmo. Pior seria se tivesse sido uma barata! Mas, eu logo me acalmei, tenho a qualidade de ser muito sangue frio e recuperar o auto-controle muito rápido. Independente disso, não consegui mais pegar no sono (acordei às 4:30).

P.S.: Quem descobrir se existe no folclore escandinavo alguma referência a mulheres que falam com espíritos pelas mãos, ganha um carro 0 Km... Mentira, RÁ!!!
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Junho!
terça-feira, 21 de junho de 2011
Feliz solstício
Olha a chuva!
É mentira...
E é mentira mesmo, pois chegamos no solstício de inverno. Embora no Ceará (e no nordeste, de forma geral) não neve, nem faça mais frio nessa época do ano, é uma data que não passa batida no calendário. A maioria das pessoas associa com o início da estação dos ventos fortes, tempo da meninada soltar raia (pipa, papagaio...) na rua. Mas quase ninguém entende como o solstício tem impacto muito mais profundo em nossa cultura e nossos costumes.
O solstício de inverno marca o fim da estação chuvosa. Por isso, junho é o mês em que o sertanejo colhe o que plantou, é quando as plantas estão abundantes de frutos e os animais gordos de tanto pastarem. Enfim, é o limite da bonança, antes das provações da estação seca.

domingo, 12 de junho de 2011
Com ela, todo dia é dos namorados
sexta-feira, 10 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Citação do dia
"Os seios sempre lhe pareceram um milagre. Quando eram tocados ou chupados, pareciam deliciosos demais para serem mais que momentâneos. Como sorvete ou creme chantilly, esperava-se que derretessem na boca. O fato de eles permanecerem no lugar, dia após dia, apenas à sua espera, fazia parte da total impossibilidade do sexo feminino para ele. Era essa toda a ciência que ele conhecia."
Anne Rice
Oh, céus!!! É exatamente isso o que eu penso, mas nunca consegui traduzir em palavras. É realmente impossível eles estarem sempre lá. Não, eu não consigo entender como as mulheres podem existir. Suas curvas, sua pele, seu cheiro, suas carnes, suas elevações e reentrâncias me bombardeiam tanto os sentidos que não posso acreditar que sejam mais do que ilusões, devaneios criados pela minha mente na tentativa desesperada de acreditar que existe algo de bom no mundo.
Dia dos namorados chegando...
Dia dos namorados chegando...
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Citação do dia
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Como um filme ruim

Raul Seixas
Recentemente, o mundo mais uma vez deveria ter acabado e não acabou. E, como sempre, a euforia tomou conta das pessoas.
Não é engraçado como todo mundo se comporta quando surge uma história dessas? Parece que as pessoas ficam na expectativa, esperando pra ver o fim de tudo. Acho que isso acontece porque, enfim, ninguém está gostando do mundo mesmo, como quando a gente vê um filme ruim e pensa: "Ai, que saco! Esse filme não acaba, não?!". E agora, com toda essa parafernália de FaceTwitterKut.net, qualquer mané que conclua que o mundo vai acabar semana que vem, baseado na cosmologia dos antigos cherokees da Patagônia do Oeste, logo causa um rebuliço mundial. Viva a inclusão digital!
EI, VOCÊ! É, você mesmo, morgando aí na internet! Você anda gostando do mundo, acha ele um lugar legal? Não?! Bem, você não o único. Mas, em vez de simplesmente ficar esperando que ele acabe em um final apoteótico, que tal fazer algo a respeito? A internet serve pra algo mais além de descobrir a próxima previsão do apocalipse. Nas redes sociais virtuais você pode encontrar outras pessoas insatisfeitas no seu bairro ou cidade, e pode unir-se a elas pra tentar fazer do mundo um lugar melhor. É claro que você vai viver com a frustração de que nunca conseguirá fazer qualquer mudança significativa, mas irá morrer com a consciência de que fez o que pôde, e talvez até consiga mudar uma vida ou duas, veja só!


Ou isso, ou se mate. Porque esperar o mundo acabar não tem se mostrado muito eficiente.
PS: Vou é ler Belas Maldições, que é melhor...
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Todas as manhãs
Pra quê?
Ora, pra quê?! Para o mundo, a vida, as cores, o vento!
E de que me serve tudo isso?
E de que lhe serve ficar aí?
Aqui não há luz, não há dor, não há tempo, não há ontem, nem amanhã.
Aqui eu não vivo. Aqui eu não existo.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Cabeça vazia...
É estranho... é como se meu cérebro tivesse entrado no piloto automático: acordar, trabalhar, dormir. Não pense, não reflita, não sinta, não se emocione!
Me pergunto até quando será assim.
Me pergunto se não é melhor assim...
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Citação do dia: Motivo
sábado, 26 de março de 2011
Por um fio
Fio único e solitário
Resistente e tenaz
Encorpando-se a cada dia
Prende-me a esta amarga vida
Obriga-me a engolir o féu
De cada amanhecer.
Maldito, ou bendito, seja.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Dia da mulher
O dia da mulher passou (COMPLETAMENTE ofuscado pelo carnaval...), mas ainda dá pra fazer mais uma reflexão daquelas! (Na verdade, escrevi esse texto ano passado, só para uns amigos, agora estou compartilhando na blogosfera).
Sugestão: leia o post ouvindo essa música (ou ouça antes, ou depois, ou não ouça, ou não leia, ou faça o que quiser...)

O dia internacional da mulher não era pra ser uma data machista, mas acabou se tornando.
Eu não parabenizo as mulheres nessa data. Por que eu faria isso??? O que as mulheres que eu conheço fizeram que mereça parabéns pelo simples fato de serem mulheres? Afinal, as mulheres não lutaram tanto para que fossem tratadas como iguais? (Como de fato são!)
Para mim, isso é uma atitude machista; como se os homens devessem parabenizá-las por conseguir fazer tudo o que eles fazem! Elas são inferiores a eles? Eu acho que não.
O 8 de março deveria ser uma data para lembrarmos da vergonha que os homens imprimiram na história e das histórias de todas as mulheres que no passado lutaram e morreram por seus direitos (aliás, deveríamos lembrar disso todos os dias, mas isso já é outra reflexão...) . Elas é que merecem parabéns, porque com seu amor e seu sangue mudaram o mundo (embora saibamos que ainda existem muitas coisas a mudar).
Mas quantos se lembrarão disso hoje??? Os homens apenas desejam parabéns, dão uns beijos e abraços. E as mulheres, o que é pior ainda, se satisfazem com isso!!! Aquelas coniventes com isso, na minha opinião, jogam fora toda a herança que suas antecessoras deram a vida para conquistar. É muito fácil desvalorizar o que não lutamos para ter!!!
Talvez elas achem que sempre foi possível falar o que pensa, ter amigos e fazer amor com quem quiser, e que o dia das mulheres existe só para receber flores e alimentar o ego feminino. É por atitudes assim que nossa sociedade ainda não se livrou de vez do machismo; homens e MULHERES ainda acham que elas são florzinhas delicadas que têm que ser cuidadas, princesas virgens que têm ser resgatadas, seres que merecem ser parabenizados pelo simples fato de terem dois cromossomos X...
É claro que existem diferenças inerentes aos dois sexos, mas isso não justifica muitos comportamentos sociais que vemos hoje. Se as mulheres querem igualdade de fato, ajam como iguais e exijam dos homens que as tratem assim. Podemos começar nem dando nem aceitando parabéns hoje, certo? ;D
sexta-feira, 4 de março de 2011
Feriado!
"Eu saí de casa, a rua colorida, fantasias, foliões conseguem me mostrar que um rosto sem máscara esconde mais com a cara nua, sempre tem um sorriso largo mostrando o que não é.
Uma máscara perdida nesse chão tem a forma do seu rosto que só finge por aí. Escondendo uma palavra, mente a todas as canções, cada frase inicia um discurso de ilusões. Que dia é esse que só nasce pra você?
Uma máscara perdida nesse chão tem a forma do seu rosto que só finge por aí. Escondendo uma palavra, mente a todas as canções, cada frase inicia um discurso de ilusões. Que dia é esse que só nasce pra você?
Quando chega o carnaval mais ninguém te encontra. Pra você são só uns dias e você quer ter a vida inteira, com a cara toda nua, brincar com quem quiser."
Cara nua, Skank

Teoricamente, a razão de existir um feriado é se comemorar ou lembrar de algo importante, mas parece que é inerente ao brasileiro esculhambar tudo. Pergunte a alguém qual o propósito do carnaval e você ouvirá coisas do tipo: "se divertir", "esquecer dos problemas", e por aí vai. Difícil encontrar quem lembre que o carnaval é uma data do calendário católico que marca o início do período de penitência da quaresma. Quase impossível achar alguém que saiba que essas festas remontam a antes mesmo do cristianismo, e que a igreja as incorporou na Idade Média.
Enfim, então temos que feriados não significam mais nada, só uma oportunidade de descansar. Afinal, quem para pra refletir sobre as lutas dos trabalhadores no 1º de maio? Quem se pergunta por quais motivos D. Pedro I declarou a independência? E eu já começo a achar engraçado todo ano alguém perguntar "15 de novembro é feriado de quê mesmo?".
Mas todo mundo lembra por que 12 de outubro ou 2 de novembro são feriados, o que me leva a mais revolta! No Brasil temos 11 feriados nacionais, decretados pelo Poder Federal e válidos em todo o país. Desses, 6 (!) são feriados religiosos, TODOS cristãos, METADE estritamente católicos...
Peraí, sempre fico confuso nessa parte. Não consigo encaixar isso na minha cabeça que pensa que o Brasil é um país laico DESDE 1891. Como um país laico pode ter uma SANTA PADROEIRA? Como podemos ser democráticos e dar tanto valor às crenças de apenas uma parcela da população? Temos evangélicos, judeus, muçulmanos, umbandas, macumbeiros, budistas, espíritas, ateus... Por que não temos feriados que contemplem todos eles?
Deveríamos acabar com os feriados religiosos (seguindo exemplo de vários países), pois isso é uma afronta à democracia, e dar mais valor à nossa história, pois ela sim é de todos nós! Em vez de gastar milhões em desfiles de samba, poderíamos construir museus pra conhecer melhor Tiradentes, ou organizar palestras sobre revoluções populares, ou conclamar a população a discutir a história da república, ou sei lá!!! Qualquer coisa...
Em tempo, o Ceará só tem um feriado estadual (adivinhe!): dia de São José, padroeiro do estado. Não tem nada na história cearense que mereça ser lembrado mais do que um santo?! Até há alguns anos, Fortaleza também tinha um feriado municipal, mas atualmente não deixamos de trabalhar só porque é dia de Nossa Senhora da Conceição.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Felicidade.
Meu Mundo na Internet: Felicidade.
"A felicidade é a única razão de viver; quando a felicidade falha, a existência torna-se uma louca e lamentável experiência."
Sim, a única.
Sim, louca e lamentável.
Sim, é isso mesmo, exatamente isso.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Meu lado feminino
Tipo, passei a semana passada inteira me sentindo sensível, melancólico e com uma tremenda vontade de me entupir de chocolate (à qual não cedi).
Fiquei refletindo sobre o que estava acontecendo comigo até que meu lado feminino resolveu se pronunciar:
"Ora, não é óbvio, seu bobinho? Você está de TPM..."
Me censurei por não ter percebido antes.
Em tempo! Falando em coisas de mulher...
Fiquei refletindo sobre o que estava acontecendo comigo até que meu lado feminino resolveu se pronunciar:
"Ora, não é óbvio, seu bobinho? Você está de TPM..."
Me censurei por não ter percebido antes.
Em tempo! Falando em coisas de mulher...
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Promessa
Prometa-me que nunca entrarás num jardim florido,
Porque tua boca se confundirá com as rosas,
Teu cheiro se confundirá com o dos lírios,
Tua voz se confundirá com o canto dos pássaros
E teus olhos se confundirão com o orvalho refulgindo ao sol.
E, então, passarei o resto dos dias te procurando,
mas nunca conseguirei te encontrar...
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Lentes escuras

Certo dia, por acaso topei com meu reflexo em uma vidraça.
E não pude evitar lhe fazer as perguntas que tanto me atormentam:
"Quantas lágrimas você consegue esconder atrás dessas lentes escuras?
Quantas são de alegria?
Quantas são de tristeza?
Quantas são de dor?
Quantas são pelos outros?
Quantas são por você?
Quantas você poderia ter evitado?
Quantas você conseguiria segurar, se tentasse?"
E a única resposta que ele me deu foi um par de silenciosas, inexpressivas, inescrutáveis lentes escuras.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Citação do dia

Bernard Cornwell
Polêmico, mas gera boas reflexões. Não quero falar aqui da fé genuína, pois nada sei sobre ela; não posso negar que ela existe, assim como não posso negar que ela é raríssima. Também não quero especular sobre a existência de Deuses, apenas sobre o motivo que nos faz acreditar Neles.
Falo da fé das Massas (se é que posso chamá-la de fé), da fé cega, do fanatismo. Ora, viver não pode ser dissociado de sofrer; a vida implica, necessariamente, em angústia, incerteza, dor. E a maioria das pessoas não consegue encarar a vida assim sem supor que deve haver algum motivo para tanto sofrimento. Por isso elas buscam a existência de Deuses, para em seu desespero e medo diante do incerto encontrar algo que lhes conforte e lhes dê uma razão. Elas buscam uma explicação para o sofrimento da vida.
A religião se alimenta do caos na mente das pessoas ao tentar entender o mundo. O que a consciência não compreende de maneira lógica, a religião dá uma resposta. Mas já faz alguns séculos que a Ciência vem entregando, de uma maneira ou de outra, essas respostas às pessoas numa velocidade espantosa. Estamos compreendendo, racionalmente, as leis que regem o universo, que nos permitiram evoluir e pensar, e que de fato não há nenhum motivo maior para estarmos aqui sofrendo. Quem precisa da ajuda de Deuses, então?
A fé das pessoas é motivada pelo medo, medo de que, afinal, não haja um sentido para a vida.
P.S.: Me inspirei pra escrever esse comentário porque andei lendo isso aqui.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Lembranças em presente

Respiro com prazer o ar fresco que o vento me traz e é como se a cada nova inspiração eu renascesse; o farfalhar das árvores parece me convidar para dançar com elas, como se fosse uma música; a Lua minguante sorri para mim e eu retribuo o sorriso como se fôssemos velhas amigas. Ah, como é bom estar em harmonia com a vida, a natureza! Sinto-me parte do cosmo, não um ser isolado que não consegue se ver como um fio na trama da realidade.

Pego minha pequena faca ritual e faço um furo em seu tronco, fazendo a seiva aflorar.
-Desculpe-me por essa pequena ferida, minha amiga, mas gostaria de dividir nossos segredos, se não se importa.
Talho levemente, então, a palma de minha mão e a coloco sobre o ferimento da árvore; meu sangue e sua seiva se misturam e nossos espíritos entram em contato e tornam-se um só. Perco minha noção de identidade, não mais me vejo como eu; sou invadida por uma torrente de lembranças antigas que se seguem rápida e desordenadamente.
Mas, com certo esforço, consigo discernir que fui plantada há muito tempo, com a esperança de que fosse uma grande árvore. Tamanho foi o carinho daqueles que cuidaram de mim na fase mais crítica de minha vida, que prometi a mim mesma me esforçar ao máximo para não desapontá-los; a cada dia que passava, esticava-me tudo o que podia em direção ao céu. Logo, meu tamanho já atraía crianças, que brincavam ao meu redor, e enamorados, que juravam amor eterno à minha sombra e entalhavam sua iniciais em meu tronco, pequenos arranhões que me enchiam de alegria. E aquilo tudo me deixava muito realizada.
Isso sem falar do coro de dezenas de passarinhos celebrando cada amanhecer. Lembro-me de cada um deles, desde que eram ovinhos, passando pelos ninhos que fizeram em mim, até o momento em que voltaram para o seio da Terra, fechando o eterno ciclo da vida.
As coisas ao meu redor foram mudando. Os raios do sol agora têm que se esforçar para atingir minhas folhas, em meio a tantas estruturas altas de concreto, e já não há mais tantos passarinhos para comemorar quando eles chegam. O asfalto cobre a terra e não há mais tanta água no solo para eu sugar até a ponta dos galhos. O ar é tão pesado e imundo que quase não consigo respirá-lo. E as pessoas... Bem, quase ninguém se importa mais com quanta sombra eu faço ou deixo de fazer.

E mais feliz eu serei.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Citação do dia

Bernard Cornwell
Fato impossível de ser refutado.
sábado, 22 de janeiro de 2011
Neil Gaiman e o Livro Livre
Coletiva na FLIP 2008.
"Da minha perspectiva o inimigo não é a idéia de que as pessoas estão lendo livros de graça. Ou lendo na internet de graça. Da minha perspectiva o inimigo é as pessoas não lerem."
Sim, eu sei que é um tema polêmico pra caramba, e blábláblá... Mas não se pode negar que há uma certa verdade perturbadora no que Mestre Gaiman diz.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Atestados
Você percebe que está à beira do desespero quando pede ajuda ao seu gato.
E percebe que já mergulhou na loucura quando ele responde.
E percebe que já mergulhou na loucura quando ele responde.
Despertar
Sabe aquele momento em que você caminha, vagaroso, pelo reino de Morpheu, abrindo caminho pelas brumas do sono e, de repente, percebe que está acordado?
Pois é... é o pior momento do dia.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Tem noites em que...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Sobre a loucura

Ora, eu mesmo fui chamado de louco a vida inteira por esse motivo. Quando criança, não gostava de fazer muitas coisas que os outros pequenos faziam e não me divertia com as atividades dos meus familiares, e nenhum dos meus parentes ou amiguinhos hesitavam em exclamar "Esse menino é todo doido!" quando eu alguma vez negava ir à praia ou jogar bola na rua.
Quando adolesci, por vários motivos comecei a questionar tudo ao meu redor. Foram anos chegando a conclusões perturbadoras acerca de vários paradigmas sociais. E não me lembro, nessa época, de nenhuma vez em que as compartilhei e vi uma reação diferente do escárnio, desdém, repulsa ou um risinho ridículo (vale lembrar que isso acontece até hoje). As pessoas repetiam com tanta frequência e veemência que eu era perturbado, que eu simplesmente passei a aceitar isso. Não no sentido ruim, claro. Compreendi que minha loucura não passava de uma ruptura dos padrões, que as pessoas taxavam de loucura por serem incapazes de levar a sério suas consequências, e nunca me envergonhei ou lutei contra ela.
Tipo, como disse Caio Fernando Abreu: "Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável."
Mas hoje creio que começo a arranhar o verdadeiro significado da insanidade. Pois embora tenha certeza de que minha cabeça seguia padrões muito estranhos, ela ainda seguia padrões. Mas uma mente perturbada não apenas funciona de maneira diferente; ela chega a não funcionar bem sob certo aspecto. Parte dela se sente tão torturada por sofrimentos, que deixa de operar suas funções corretamente. Certos raciocínios não conseguem se completar, se perdendo no percurso, os pensamentos ficam caóticos e você não consegue pensar em algumas coisas com a clareza que queria. Uma névoa turva sua cabeça permanentemente e você não consegue mais julgar certos fatos com a certeza de antes. A natureza exata do problema depende de como a mente de cada um é posta em prova.
Hoje sei que estou me aprofundando em um outro nível de insanidade. Mas o que mais me perturba é aquela velha pergunta: "um louco sabe que é louco?"
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Tem noites em que...
sábado, 1 de janeiro de 2011
Mago: crônica

Virando uma esquina, porém, seu cérebro raciocinou uma nova esperança: alguns metros à frente, havia um hidrante. Só precisava aguentar a corrida um pouco mais.
- Está bem enferrujado, mas a chance dele estourar ainda é muito pequena. - ela pensou.
Logo atrás, ela ouviu uma arma sendo engatilhada. Não podia mais esperar: a ferrugem não suportou mais a pressão da água e a tampa do hidrante foi arremessada na direção de Joana com uma velocidade assustadora, mas ela viu o pedaço de metal aproximar-se lentamente, acompanhado de milhões de gotas d'água flutuando leves no ar. Pisou, então, sobre a tampa, o que lhe deu impulso para um grande salto. Pensou que podia respirar aliviada quando, ainda no ar, sentiu algo perfurando suas costas. Olhando para baixo, viu uma bala e vários respingos de sangue saindo preguiçosamente de sua barriga. Pouco depois, o som do disparo propagou-se devagar pelo ar, grave, retumbante, quase eterno e ferindo os tímpanos de Joana.
Ela se esforçou para manter sua mente concentrada, mas a dor e o susto fizeram o mundo voltar a sua velocidade normal. A dor dentro de si a impediu de amortecer bem a queda, e ela torceu o pé ao atingir o chão, desajeitada. Caída, parte da água do hidrante jorrando sobre ela, olhou para trás e viu que seu plano havia dado certo: a tampa do hidrante ricocheteou no chão quando foi pisada e acertou o queixo do tecnocrata. Sua mandíbula estava despedaçada e ele jazia inconsciente no chão.
Ela se esforçou para manter sua mente concentrada, mas a dor e o susto fizeram o mundo voltar a sua velocidade normal. A dor dentro de si a impediu de amortecer bem a queda, e ela torceu o pé ao atingir o chão, desajeitada. Caída, parte da água do hidrante jorrando sobre ela, olhou para trás e viu que seu plano havia dado certo: a tampa do hidrante ricocheteou no chão quando foi pisada e acertou o queixo do tecnocrata. Sua mandíbula estava despedaçada e ele jazia inconsciente no chão.
Joana tentou sorrir, mas não conseguiu: sentiu o dano em suas entranhas e a vista embaçou. Levantou-se trêmula, a mão sobre o ferimento tentando estancar o sangue, mas ela sabia que não podia impedir que ele continuasse inundando dentro de seu corpo. Tinha uns 2 km de caminhada até a sede da cabala, e enquanto mancava até lá pensava se seria mais provável morrer de hemorragia ou infecção...
Algum dia eu espero escrever o que houve a Joana e porque ela estava sendo perseguida.
Algum dia eu espero escrever o que houve a Joana e porque ela estava sendo perseguida.
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